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Reprodução/Em 2017, Folha de S.Paulo relembrou a tragédia da queda da ponte pênsil nas Sete Quedas
Em 17 de janeiro de 1982, sete santa-marienses que participaram de uma excursão da Escola Estadual Cícero Barreto entraram para a história como os sobreviventes da Tragédia de Sete Quedas, que matou 32 turistas. O professor de Educação Física Clery Quinhonez de Lima relembra o fato, que completou 40 anos na segunda-feira. Ele era um dos que caíram junto na ponte pênsil que se rompeu e desabou nas águas do Rio Paraná, numa das cascatas das famosas Sete Quedas - a excursão foi feita para o local, em Guaíra (PR), 300 km ao norte de Foz do Iguaçu, porque as cataratas seriam encobertas nos meses seguintes pelas águas da barragem de Itaipu. A forte correnteza levou 32 pessoas, que morreram. Clery lembra que foi tudo muito rápido e, quando percebeu, já estava dentro da água.
- Me dei conta quando ouvi minha mulher gritar: "Clery!". Eu nadei um pouco e me segurei nos cabos da ponte e fui até a pedra - relembra.
Outros santa-marienses que estavam na excursão caíram sobre a pedra ou conseguiram se segurar na parte da ponte que ficou pendurada na pedra.
- Antes de chegarmos na ponte, uma pessoa pediu ajuda com a câmera fotográfica. Eu parei para ajudar. Se não fossem esses 30 segundos que parei, talvez eu estivesse no meio da ponte na hora que ela caiu e teria sido levado pelas águas. Quando a ponte caiu, eu estava a uns 10 metros do início da ponte e caí na beirada. A dificuldade de comunicação era grande na época. Tive de achar um telefone para avisar e acalmar minha família, pois sabia que iriam ficar sabendo, já que seria notícia nacional e até internacional - contou Clery.
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O sobrevivente relembra que, após todos serem socorridos, tiveram de ser levados pelas outras pontes, o que foi uma agonia pelo medo de ter de passar pelo mesmo perigo de novo, já as outras pontes também tinham cabos de aço desgastados. A maioria do grupo voltou para Santa Maria no dia seguinte, de helicóptero da Base Aérea. Um dos santa-marienses teve de passar por cirurgia e passou uma semana no Paraná até retornar para casa.
Clery diz que, por ser mais jovem na época, talvez tenha conseguido superar de forma menos traumática o acontecimento. Ele conta que, apesar de ações judiciais contra a União, jamais recebeu qualquer indenização por conta do acidente.
Em setembro de 1982, as comportas da represa da Hidrelétrica de Itaipu foram fechadas, começando a encher o lago da usina. Com o aumento do nível do rio, a maravilha natural das Sete Quedas, em Guaíra (PR), ficou submersa e nunca mais pôde ser vista.